sábado, 12 de março de 2011

Bairro da Liberdade, uma pedra no sapato da Burguesia Maranhense.

Diariamente nos programas policiais, vemos o bairro da Liberdade sendo referência de bandidos, delinqüentes, ou de alguém que cometeu algum delito, onde os repórteres que sempre estão de plantão na Refesa, fazem questão de dizer, que o bairro é o mais violento de São Luis, e o que acontece o maior número de homicídios, justificando a presença constante da polícia e a marginalização dos seus moradores, tirando o foco dos problemas sócias que o bairro tem. Numa audiência em novembro do ano passado, onde estávamos sendo acusado de desacato, após termos sido presos e espancado pela policia, pelo simples fato de três negros estarem de carro novo na rua 24 de agosto, mais conhecida como rua da vala no Bairro da Liberdade, tida como área de risco pro estado, a promotora do processo, diga-se de passagem branca, fez questão de dizer “ pra entregar um oficio na Liberdade, tem que ser com quatro ou mais viaturas”, afirmando o discurso dos meios de comunicações Burgueses, que não tem nenhum compromisso com a verdade e com a nossa comunidade, fazendo do Bairro referência da violência em nosso estado, o mais miserável do Brasil. Sabemos que essa criminalização tem tudo a ver com a sua posição geográfica e com os seus moradores, pois o bairro da Liberdade fica no centro da cidade e a maioria dos moradores são descendente de africanos vindos da baixada maranhense, devido a expropriação de suas terras quilombolas por grupos armados a mando de políticos oligarcas como Sarney. Sabemos também que a violência esta em todo lugar, e discutir as suas causas não é pedir mais policia, pois violência não é resolvida com violência, e sim com educação, emprego, moradia, cultura e lazer. Conhecendo a posição geografica do bairro, da pra entender o porque dessa criminalização, pois o bairro esta numa região muito cobiçada pelos ricos do setor imobiliário, que com a ajudar do PAC(programa de aceleração do crescimento dos ricos), querem a todo custo remover as comunidade de suas áreas de vivência. Comunidades como o Bairro da Liberdade, que tem uma história de resistência e luta, através das suas práticas culturas e dos movimento sócias como a Posse de Hip Hop Liberdade Sem Fronteiras, que tem se mobilizado junto com o movimento de Hip Hop Quilombo Urbano, para levar aos poderes públicos as reivindicações do Bairro, como foi na 5ª marcha da periferia no ano passado. Vendo que a história do bairro é outra, não de violência como mostra a mídia burguesa, que finge em não ver a violência institucional, pela falência das políticas publicas em nosso estado. Fazemos as seguintes perguntas. Porque que esses programas não falam que o bairro é um dos mais ricos culturalmente do País; Bumba boi, Tambor de Criola, Cacuriar, Bloco tradicionais, casas de culto afro, Festa do Divino, Reggae Root´s e o Hip Hop, onde alguns deixaram de ser coisa de marginal, após os brancos assimilarem, como o Reggae, que hoje serve de cabide eleitoral pra políticos como Pinto da Itamarati, que esta mais preocupado em fazer lei contra detento, do que trazer melhorias pro bairro da Liberdade, maior acervo de Reggae Root´s no mundo. Porque eles não falam dos problemas de infra-istrutura que o bairro tem passado, como a questão da água que é um dia sim e vários não, porque não falar da escola Cesar Abud que foi fechada e dos professores que estão em greve desde o início de 2011, por melhores condições de ensino, no governo de Roseana, que dizia que ia revolucionar a educação no Maranhão. Porque não falar da violência policial que já virou rotina dentro da nossa comunidade, onde varias pessoas do nosso movimento ja foram vitimas da polícia.
 Hoje o que esta acontecendo com o bairro da Liberdade, e o mesmo que aconteceu com os guetos Norte-americamos, onde comunidades inteiras foras exprópiadas de suas áreas de vivência para da espaço as grandes avenidas, condomínios de luxo e shopp´s centes “esse período foi marcado pelo reordenamento urbano, em que vários bairros pobres foram posto abaixo afim de serem substituídos por grandes avenidas e espaços privativos, onde os mais atingidos foram as populações negra e inspânica(R. E Santos, 2007)". Situações como esta, que o Bairro tem passado, nos faz acreditar que essa política de criminalização e remoções, é uma política imperialista no mundo, que tira o foco dos problemas sócias das comunidade pobres, para trata-las como se fosse simplesmente problemas de polícia, criminalizando os moradores, os tratando como bandidos em potencial.

p/ Sonianke, Posse de Hip Hop Liberdade Sem Fronteitas.

Um comentário:

Marcia Oliveira disse...

Liberdade foi o bairro que me acolheu quando vim morar em São Luís. Sou mais uma cidadã da Baixada Maranhense, filha de trabalhador rural, que encontrou moradia no bairro da Liberdade. Tenho um carinho especial por essa comunidadee e procuro ter uma convivencia permanente com ela.
Os jovens da Liberdade não necessitam de polícia mas de políticas públicas que envolva atividades culturais, esportivas e de lazer, geração de emprego e renda e de saúde.
A polícia serve também para reprimir dezenas de viciados em craque ou merla que perambulam de forma degradante pelas ruas desses bairros sem oferecer perigos a população e a polícia pois os mesmos não tem condições físicas para isso, necessitam sim de tratamento.
É deprimente sobre todos os aspectos o que ocorre nas periferias de São Luís. Nossa juventude está morrendo pela violência policial, pela banalização da vida e pelas drogas e nada se faz de efetivo.
É necessário também criar condições sócio-estruturais para prevenir o envolvimento dos jovens com o tráfico e a criminalidade, assim como, fortalecer o protagonismo juvenil.