quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

EMOÇÃO, SUPERAÇÃO E RESISTÊNCIA MARCARAM AS ATIVIDADES DA 3ª MARCHA DA PERIFERIA E DO 19º FESTIVAL DE HIP HOP EM SÃO LUÍS.

“Esses eventos para mim foi tão importante quanto à fundação da CONLUTAS”, assim o rapper Moita Brava do grupo Reviravolta descreveu as vitoriosas atividades da 3ª Marcha da Periferia. O também rapper do grupo Raios-X Nordeste Preto Roob chegou a chorar quando tocava na UFMA no encontro da ANPUH ao relatar as dificuldades para realizar a Marcha da Periferia em meio a tanto jogo sujo do governo Jackson e seus capitães do mato de bombeta e calça larga “eles querem destruir o que a juventude negra deste Estado vem construindo há quase 20 anos, mas não vão conseguir”. Esse na verdade foi o sentimento que tomou conta de todos que construíram e participaram na 3ª Marcha da Periferia e do 19º Festival de Hip Hop realizados no dia 21 de Novembro, emoção e superação.
Motivos não faltaram para isso. Mesmo com todo o aparato governista, a cufa, o favelafro e outras entidades de Hip Hop governista não conseguiram inviabilizar a participação da juventude negra e pobre na Marcha da Periferia. Centenas de pessoas caminharam no centro comercial e histórico de São Luís denunciando o racismo, o capitalismo, as ocupações militares nas comunidades pobres e exigindo Reparações Já para a população negra. Além das várias organizações de São Luís como o Quilombo Urbano, Realidade do Gueto, CONLUTAS, CONLUTE, APRUMA, SDMDDH e o PSTU estiveram presentes também representantes do Hip Hop de Fortaleza-CE, Teresina-PI e Caxias-MA, bem como do Sindicato ANDES que tem sido criminalizado pelo governo Lula
As falas no geral denunciavam o absurdo repasse de 47 bilhões de reais do governo Lula para salvar banqueiros falidos enquanto o mesmo fortalece cada vez mais o aparato repressivo nas periferias, especialmente através da Força Nacional de Segurança. Educação, saúde, emprego, o fim do racismo e das ocupações militares das periferias foram algumas exigências feitas pelos pelo conjunto do movimento.
A militante do Quilombo Urbano e vocalista do grupo Q.I. Engatilhado Preta Lú chegou a se emocionar e a emocionar a todos ao relembrar o sofrimento que ela , seu companheiro (P.R.C) e sua filha que se encontrava adoentada, passaram uma semana antes da Marcha da Periferia em um hospital público de São Luís, o Materno Infantil, e enfatizou “é aqui que o verdadeiro Hip Hop Militante tem que ta e não encastelado em encontros financiados pelos assassinos do povo negro”.
Na realização do 19º Festival Hip Hop Zumbi o tom de indignação e emoção foi mantido. Mesmo com a Mega estrutura montada nas proximidades do Circo da Cidade para realização do festival de Hip Hop da cufa e do favelafro no sentido de desarticular o Festival de Hip Hop- Zumbi do Quilombo Urbano, centenas de jovens optaram em incorporar-se a resistência anti-governista e revolucionária. Alguns que vieram para o encontro governista, ao perceberem o jogo sujo por trás deste evento, também resolveram romper e aderir a Marcha da Periferia, ao 19º Festival e até a participar da reunião para construção de uma nacional de Hip Hop Militante. Um desses militantes chegou relatar indignado que “aquilo lá é só comédia, teve mesa lá que era só gente do governo falando de Hip Hop”.
Um dos momentos máximo do Festival de Hip Hop do Quilombo Urbano foi a apresentação do grupo Gíria Vermelha que fez uma prévia do lançamento do seu primeiro CD “A Hora do Revide” marcado para o dia 19 dezembro. A primeira tiragem do referido CD esgotou em menos de três dias.
Contudo, o mais importante neste evento foi a participação dos quase vinte grupos de Hip Hop que rejeitaram o cachê e a estrutura do festival governista para se apresentar no Festival Hip Hop- zumbi sem receber um único centavo. Uma demonstração de que é possível fazer Hip Hop militante, independente dos governos e comprometido de fato, no discurso e na ação, com a periferia.

Um comentário:

Anônimo disse...

é isso ai compasnheiros(as) a unica saida pra classe oprimida e a organização, fique feliz por saber que tem pretos(as) que ainda acreditam num mundo socialista e que não se venderam a dinheiro do imperialismo