sexta-feira, 27 de março de 2009

DE SARNEY A JACKSON: MUITOS GERÔS SE FORAM NA PERIFERIA

Meu coração também chorou, farda azul matou Gerô/ de Sarney a Jackson vejo que a paz não brotou/ (Gíria Vermelha).

No dia 22 de março de 2007 aconteceu um dos mais chocantes crimes de racismo da história do Brasil. Nesse dia mais de meia dúzia de policiais militares e civis lincharam o artista Jeremias Pereira da Silva, o “Gerô”. O crime aconteceu à luz do dia na frente de dezenas de pessoas. A via sacra de Gerô, como ficou conhecido o fato, iniciou na ponte José Sarney, passando pelo terminal da Integração da Praia Grande encerrando no 2º Distrito Policial, aonde o mesmo chegou já quase sem vida. Nesse agonizante percurso Gerô teve suas costelas quebradas, os pulmões perfurados, os rins dilacerados, os ossos do crânio afundados além de várias escoriações por todo o corpo. Depois de Gerô tivemos os assassinatos do professor Flávio, do jovem Fernando do Jardim Tropical, de Carlos Negão do Laborarte e o espancamento de quase uma dezena de militantes do Quilombo Urbano, todos praticados por policiais. A barbaridade do caso Gerô e de tantos outros cometidos pela polícia de Jackson Lago, lembra os anos de chumbo em que a oligarquia Sarney esteve no governo. Lembra as carnificinas praticadas na região tocantina pelo Bando Bel, a operação Tigre de João Alberto, que em apenas três meses de governo mandou eliminar mais de 100 pessoas pobres e negras. Lembra também o terror praticado pelo Bando do delegado Luís Moura que com a anuência do governo banhava as periferias com sangue negro. O caso Gerô não pode ser esquecido de nossas memórias por que a polícia desse estado e deste país é constantemente educada e orientada para não esquecer de reprimir e eliminar gente pobre e de pele negra. Na atual crise os capitalistas brasileiros já desempregaram quase um milhão de trabalhadores e o governo Lula mandou aprovar o maior orçamento para as forças repressivas do Brasil desde a ditadura militar. Desemprego e repressão são o que eles têm a oferecer, principalmente para o povo negro. Gerô é um exemplo que temos para dizer que nem Roseana Sarney e nem Jackson Lago servem aos trabalhadores. Ambos saquearam os cofres públicos, ambos deram as costas ao povo pobre, ambos massacram gente negra. Em memória de Gerô devemos ocupar ruas, praças e fábricas para dizer não a Roseana, não a Jackson, não a Lula, isso se não quisermos continuar presenciando tantos outros “gerôs” das periferias tendo suas vidas interrompidas pelo braço de chumbo do Estado burguês.

Um comentário:

Anônimo disse...

ESSE CRIME FOI A PROVA MAIS CONTUDENTE QUE A POPULAÇÃO NEGRA DO BRASIL E DO MUNDO AINDA CONTINUA SENDO EXTERMINADA PELOS GOVERNOS RACISTA, QUE SÓ TEM NÓS DIRECIONADO A FORÇA POLICIAL